sábado, 25 de novembro de 2017

ESPORTES DE CATEGORIA BÁRBARA, SEGUNDO RAMATÍS





PERGUNTA: No entanto, acentuamos haver esportes em que a violência um tanto brutal se justifica, devido, justamente, à natureza dos mesmos, estando neste caso o nosso boxe e os assaltos de "luta-livre". Qual a vossa opinião?

RAMATIS: Esse segundo plano do vosso setor esportivo merece, sob todos os aspectos, a mais formal repulsa, pois o esporte, em sua expressão verdadeira, é cordialidade, é evolução; sendo absurdo remarcado definirdes esses torneios como "esporte"; chegando vossa incoerência a atribuirdes à selvageria do boxe a denominação de "nobre arte"! Da mesma categoria bárbara são os embates de "luta-livre"; e em ambos os casos reviveis as emoções ferozes que já alimentastes em reencarnações passadas, quando nos circos romanos gritáveis por "sangue e morte"! Mudaram-se os cenários e as vestes de carne, mas são ainda os gladiadores dessa época, e também a mesma coletividade ululante, agitada pelo instinto inferior, denunciando os gritos apopléticos que estrugiam nos coliseus sanguinários da antiga Roma Imperial.

Há dois mil anos, nos circos de Roma havia, é certo, cenas de maior barbaria; porém, atentas as circunstâncias, de muito menor responsabilidade perante Deus, pois temos de levar em conta a época em que tais fatos se passaram. Há vinte séculos a consciência coletiva ainda não estava amadurecida no mesmo senso de responsabilidade que lhe impõe hoje dois mil anos de progresso e um novo acervo de conhecimentos em todos os setores do pensamento humano.
Os homens daquele tempo eram unidades de um ambiente totalmente animalizado porque até então ainda nenhuma luz do Céu se apresentara à sua consciência. A bestialidade das guerras de corpo-a-corpo era o padrão por onde se afinava o sentimento das massas, as quais, como rebanhos de carneiros, acompanhavam e participavam alegremente dos prazeres selvagens de seus imperadores. As matanças nos circos de Roma resultavam de diversos fatores ambientes: era um Nero ou um Calígula, tarados psicopatas, sujeitos aos desequilíbrios de tais nevroses; era o povo brutalizado e servil, que tinha de bater palmas às orgias sanguinárias e carniceiras; eram as feras inconscientes, obedecendo ao imperativo da fome que lhes roía as entranhas; e por fim, eram os criminosos e os mártires do cristianismo nascente, que não podiam escapar-se de serem as vítimas preferidas para essas crueldades de horror e sangue!
No entanto, atualmente, quem nós vemos nos rings não são dirigentes mentecaptos, não são indivíduos coagidos nem animais irracionais. São homens-tigres, são homens-panteras, são homens-máscaras-negras, títulos aditivos que, aliás, eles aceitam porque na realidade constituem definições rigorosamente exatas. E como se isto ainda seja pouco, o vosso ambiente já consentiu que, não apenas os homens, mas até "troupes" de mulheres se apresentem em público a exibirem-se em embates ferozes de "luta-livre", como índice do aviltamento de uma humanidade que, efetivamente, somente será despertada para os ideais do espírito, mediante a violência patética das tremendas dores coletivas enunciadas pelo Salvador Divino.

DO LIVRO: “A VIDA NO PLANETA MARTE E OS DISCOS VOADORES” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.




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