terça-feira, 11 de novembro de 2014

O médium anímico-mediúnico e o intuitivo.





PERGUNTA: — Qual o tipo de médium cujo espírito se afasta do corpo físico e o deixa em completo transe mediúnico? É o sonambúlico?

RAMATÍS: — Conforme já vos temos esclarecido, dificilmente existe absolutasimilaridade de técnica ou a mesma exatidão no exercício da mediunidade, entre um médium e outro, quer seja ele intuitivo, incorporativo ou de efeitos físicos. O fato de o espírito abandonar o corpo carnal do médium não implica em classificá-lo, de imediato, como um sonâmbulo, na acepção da palavra com que se costuma denominar o intermediário inconsciente entre os desencarnados e os encarnados. Assim, existe o médium de incorporação, sonâmbulo e inconsciente, cujo espírito se afasta do seu organismo físico, enquanto outro desencarnado fala ou escreve diretamente por ele, senhor absoluto da casa alheia. Há, também, o medianeiro que abandona o seu corpo e não o cede a ninguém. Ele mesmo é quem toma conhecimento dos fenômenos do mundo astral e depois os relata convicto de que esteve sob a incorporação ou influências de um desencarnado.
Daí existir o médium que ao mesmo tempo é anímico e mediúnico, cujo espírito se afasta do seu organismo material e, em liberdade, participa dos fenômenos do mundo oculto, entrando em relação com os espíritos desencarnados e mesmo os encarnados. Trata-se de faculdade facilmente confundível com a do médium sonâmbulo ou de incorporação total, em  que o espírito e o perispírito também deixam o seu corpo físico durante o transe mediúnico, enquanto os desencarnados podem se manifestar por ele revelando todas as suas características pessoais e cuja comunicação se processa sem o conhecimento do seu intermediário.

PERGUNTA: — Poderíeis nos esclarecer melhor sobre esse tipo de médium, que ao mesmo tempo é anímico e mediúnico, conforme no-lo dissestes?
RAMATÍS: — Trata-se de um médium cujo espírito e perispírito, tal como no caso do incorporativo, também se afastam do corpo carnal durante o sono hipnótico ou por qualquer acontecimento emocional incomum, ficando preso unicamente pelo cordão fluídico
ou ectoplásmico da terminologia espírita, mais conhecido como o "cordão prateado" dos
esoteristas, rosa-cruzes e yogas.
Embora sem as características do incorporativo, esse tipo de médium, enquanto
dorme, pode ausentar-se facilmente do seu organismo físico e até manifestar-se a long distância, em cuja liberdade astral às vezes emerge a sua memória etérica do passado, e ele passa a descrever cenas e fatos de suas vidas precedentes, embora os confunda por vezes com acontecimentos próprios de sua atual existência. Atuado pela influência regressiva da memória sideral, o médium anímico-mediúnico pode reassumir nas sessões espíritas a sua própria personalidade vivida na existência anterior, crente de que é agora um espírito desencarnado em comunicação.
Em geral, é criatura facilmente hipnotizável; cede também às sugestões alheias e às vontades mais fortes, entrando rapidamente no transe sonambúlico natural. Durante o transe revela sonhos premonitórios, descreve paisagens distantes e reflete com clareza os acontecimentos submersos ou estratificados na sua memória sideral-etérica. Quando hipnotizado, divulga os mínimos detalhes de suas existências passadas e impregna os seus relatos de fortes emoções que impressionam pelo aspecto comovente.

Do livro: “Mediunismo” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento



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